quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Alcochete

O Governo vai fazer aterrar o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete porque o estudo do LNEC não deixa dúvidas sobre as questões decisivas. Esta opção ganha à Ota, em praticamente todos os itens do estudo do LNEC.

Em primeiro lugar porque, se for preciso, o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete pode ficar pronto entre 2013 e 2014. Alguns anos da Ota. Assim, a Portela poderia continuar ao serviço até 2020, mas como aeroporto secundário de Alcochete.

Aspecto económico-financeira foi decisivo

A grande razão da escolha é, no entanto, económico-financeira. O LNEC garante ao Governo que Lisboa pode acolher um dos maiores aeroportos da Europa, com várias pistas e plataforma giratória de voos entre a Europa, a América do Sul e até a Ásia.

Um negócio de milhões que terá um enormíssimo impacto na criação de riqueza para o país. Seria um erro sem remédio não aproveitar as possibilidades de expansão do Campo de Tiro de Alcochete e o Governo está rendido ao impacto que a solução terá na economia portuguesa.

Ao contrário, a Ota não tem espaço para receber um grande aeroporto e nunca passará de um pequeno e muito caro aeroporto doméstico. Politicamente a opção era possível, mas no Governo já ninguém tem dúvidas que seria um brutal erro estratégico.

O estudo do LNEC explica ainda que só os planos de negócio da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) podem esgotar a Ota em menos de 15 anos, ou seja, em 2030 a Ota já estaria esgotada.

Do ponto de vista económico e competitivo, o LNEC concluiu que fazer o aeroporto na Ota é bastante mais caro. Muito mais barato, o Campo de Tiro de Alcochete permite taxas mais vantajosas, ou seja, bilhetes bastante mais baratos, o que tornará Alcochete um dos aeroportos mais desejados e apetecíveis para as companhias aéreas.

Como o espaço aéreo no centro da Europa está muito congestionado, Lisboa reúne assim todas as condições para se tornar num dos principais pontos de distribuição de passageiros dentro do espaço europeu, arriscando na Europa um lugar semelhante ao que o Dubai ocupa agora no Médio Oriente, depois de ter construído no deserto aquele que é o mais aeroporto do mundo.

A disponibilidade de terrenos do Campo de Tiro permite ainda a muito falada cidade aeroportuária com centenas de actividades paralelas e milhares de novos postos de trabalho dedicados a um grande aeroporto.

Impacto no aquífero da Bacia do Vale do Tejo

Aspectos negativos para a opção de Alcochete o estudo do LNEC só encontrou um. Os técnicos encarregados de estudar o impacto no aquífero da Bacia do Vale do Tejo acharam inicialmente que a maior reserva de água do país poderia ser contaminada, mas no último mês o Laboratório
trabalhou em medidas protectoras. Estratégias que, de acordo com especialistas contactados pela SIC, podem evitar a contaminação aeroportuária.

O único factor ainda não clarificado é a possibilidade de colisão dos aviões com os maçaricos-de-bico-direito. O desvio de arrozais que levam esta espécie para as rotas do novo aeroporto pode ser a solução fácil de concretizar, embora conte com a oposição dos produtores de arroz, já ouvidos pela SIC.

Com a construção do aeroporto na freguesia de Canha, na parte leste do Campo de Tiro, a Base Aérea do Montijo poderá encerrar e o Campo de Tiro de Alcochete será desactivado. Mas a provar que o Governo estava preparado para tomar esta decisão, a Força Aérea já escolheu a alternativa.

Os terrenos ficam no concelho de Serpa, a nordeste do Pulo do Lobo, na margem esquerda do Guadiana. Como a SIC noticiou, a opção está tomada e ocupará cerca de 16 hectares e o novo Campo de Tiro até já está desenhado ao pormenor.

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